Eu nunca me senti tão bem tratado como em Santiago - Chile. Estou tão acostumado a receber e ver gringos serem recebidos com tanta disponibilidade e entusiasmo no Brasil que por um momento (longo, diga-se de passagem) esqueci que é só trocar de país que também viro gringo
Posted on 08:16 by Tecnologia Avançada
Aliás, nunca fui tão reconhecido como brasileiro antes de conhecer o Chile: independente da roupa que usássemos ninguém mais passa por americano. A cultura brasileira tem se difundido e os chilenos tem estudado nossa língua cada vez mais.
Os brasileiros respondem indo até lá. Não é um êxodo completo como o que acontece na Argentina, mas sem acesso a nenhum tipo de dado digo sem muito receio que a gente tem ido cada vez mais para os cantos de lá.
Peço desculpa desde já, mas é impossível conhecer Argentina e Chile em um espaço de tempo inferior a três meses e evitar comparações: diferente do país hermano (que também tem seus charmes reconhecidos ao longo do território), o Chile oferece Santiago como ponto de partida para um sem fim de paisagens insólitas pelo país que tem um território bem incomum – são mais de 4 mil quilômetros de comprimento, mas pouco mais de 170 de largura.
Pena que por hora a gente vai se ater a capital. Mas fica a promessa de rodar todo o resto o quanto antes.
Santiago é uma cidade pequena e quase tudo será feito em distâncias muito curtas. Você só percebe que deu um pulo grande quando chega em Las Condes vindo do Centro pelo subterrâneo e de lá se vira para chegar em Vitacura.
Aliás, de maneira geral, é engraçado como você pula de um bairro a outro e percebe rápido que tudo mudou: o tipo de pessoa que anda pelas ruas, o tipo de arquitetura ao seu redor, o tipo de restaurante… Culpa, talvez, dessas várias cidades que a gente chama de Santiago – quer coisa mais estranha e complicada do que a tal da comuna?
Uma viagem a Santiago é, na verdade, uma viagem a Região Metropolitana de Santiago. Essa “grande Santiago” é composta por diferentes comunas que possuem regras, leis e costumes muito particulares – tem gente que tem que atravessar a rua para beber um pisco de madrugada porque em uma comuna a lei seca começa uma hora antes do que na outra.
Aliás (e eu nunca usei tanto “aliás” em um texto só), o beber chileno é um espetáculo a parte: você não pode caminhar enquanto bebe e também não pode caminhar alcoolizado. E como explicar isso para quem tem o pior espanhol do mundo às seis da manhã a caminho do albergue?
Só mesmo um carabineiro, você conhece? Eles fazem parte da polícia militar uniformizada do Chile e são incrivelmente respeitados por lá. Aliás, essa nova geração que anda se rebelando contra o governo (legitamente, vale ressaltar) pode não morrer de amor por eles, mas, de maneira geral, eles se tornaram a polícia mais respeitada da América Latina.
Não é fantástico conhecer um lugar onde as pessoas encontram um policial e se sentem seguras?
Um amigo disse que os pais geralmente ensinam as crianças mais novas a procurarem por um carabineiro se elas se perderem ou se sentirem perdidas antes mesmo de procurarem por eles.
Outra coisa fantástica é a arquitetura das faculdades de Santiago: algumas são colônias, outras vitorianas, mas as que mais me impressionaram foram as de ferro e vidro. Andando pela cidade você irá ver prédios lindos, mas os mais bonitos tendem a ser as universidades chilenas.